Empresários brasileiros devem ter cautela com cenário internacional incerto

FecomercioSP – 30/08/2019

Conselho de Economia Empresarial e Política da FecomercioSP convoca reunião extraordinária para analisar indicadores de agravamento da crise econômica mundial

“Percebemos a volatilidade dos mercados e uma incerteza no cenário internacional, mas essa crise é localizada.” A afirmação é do ex-embaixador Rubens Barbosa durante reunião extraordinária do Conselho de Economia Empresarial e Política (CEEP) da FecomercioSP, na última segunda-feira (26), convocada para analisar os indicadores de agravamento da crise econômica mundial. Segundo Barbosa, os sintomas são localizados em três países: China, Estados Unidos e Alemanha. “São problemas internos desses países. Haverá uma diminuição do crescimento da economia global e do comércio internacional, mas não é uma recessão geral que poderá afetar o mundo todo, incluindo o Brasil”, avalia.

O economista e consultor da FecomercioSP Andre Sacconato compartilha da mesma opinião e vê como ponto positivo uma oportunidade para o Brasil. “Se a economia ficar menos aquecida, os governos dos outros países, para tentar reavivar a economia, vão jogar dinheiro no mundo em busca de lugares que possam oferecer alterativas melhores. Nesse sentido, o Brasil está criando um ambiente macroeconômico positivo.”

Segundo o copresidente do CEEP Paulo Delgado, as empresas brasileiras precisam ficar atentas a essa possibilidade, pois o comércio exterior tem que ser visto como parte da política econômica do governo e das empresas. Ele afirma que, com a abertura comercial, é fundamental que as empresas se preocupem com duas questões inter-relacionadas: produtividade e tecnologia. “Para manter e ganhar mercado, as empresas não podem descuidar do avanço tecnológico e do aumento de produtividade.”

Cautela
O também copresidente do CEEP Antonio Lanzana destaca que, em um momento de turbulência, cautela é fundamental.

“As empresas precisam estar atentas e acompanhar diariamente as informações e a evolução dos fatos, além de analisar a manutenção ou a alteração de rumos da economia global. Como em todo período de incertezas, a adequada gestão do caixa assume um papel especial para evitar ter que recorrer a empréstimos. Analisar despesas não obrigatórias que eventualmente possam ser canceladas e/ou adiadas e uma adequada gestão de estoques contribui para alcançar este objetivo”, aponta.

Ele também recomenta evitar o “descasamento” de moedas, porque o comportamento da taxa de câmbio também fica difícil de ser previsto.

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Paulo Delgado
Paulo Delgado
Sociólogo, Pós-Graduado em Ciência Política, Professor Universitário, Deputado Constituinte em 1988, exerceu mandatos federais até 2011. Consultor de Empresas e Instituições, escreve para os jornais O Estado de S. Paulo, Estado de Minas e Correio Braziliense.

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