14 de março de 1997

Brasil-França: convergências, divergências

A relação Brasil-França é tão antiga quanto o Descobrimento do Brasil: em 1505 foi registrada em um cartório de Rouen, na França, a obra “A relação autêntica”, de Binot Paulmier de Gonneville, que descreve a viagem feita, no ano anterior, pelo navio “I’Espoir”. Gonneville era um navegante francês, da Normandia. Ele se deixou pelas riquezas no Novo Mundo e organizou uma viagem com o auxílio de dois navegadores portugueses, Bastiam Moura e Diogo Coutinho, recrutados em Lisboa.
9 de dezembro de 1997

Código Servil

O novo Código Civil traz importantes mudanças para a vida do brasileiro, muitas delas já incorporadas de fato à sociedade e à jurisprudência. É uma atualização necessária e inadiável de uma lei vigente há mais de 80 anos. Desde1917, e após 22 anos de tramitação no Congresso, a lei leva tempo para se consolidar.
17 de março de 2003

Apocalipse Now?

Fossem os Estados Unidos a China, essa guerra com o Iraque não sairia. Porque sabem os chineses que as fortalezas se conquistam por dentro, com os de casa. A nação americana, que não teme invadir outras nações, só vê riscos em ser invadida, diferentemente da secular história e sabedoria chinesas.
3 de abril de 2003

Pedra noventa

O governo Lula vai muito bem e embriaga de soberba os que não conseguem compreendêlo. Até agora, as críticas de ocasião são como prescrições farmacêuticas, destacando-se as oriundas de um certo despaisamento dos ungidos em cultura estrangeira: de um lado o moralismo udenista de classe, de outro a esquerdice de boxeurs sem classe. Em política, o que não é óbvio é bobagem, e a apropriação da legitimidade do poder pelo peso histórico das práticas tradicionais resiste de múltiplas formas, e em todas as áreas, à gestão democrática dos assuntos públicos.
21 de maio de 2006

Épocas de fervor no continente

É mesmo um estilo. São inventores de circunstâncias estes líderes latino-americanos. Começam promissores, terminam prometedores. Combatem ficções que deram errado — o neoliberalismo — com outras que não darão certo — o neopopulismo.
26 de agosto de 2007

Insubordinação à chinesa

A China já é tratada como a segunda economia do mundo. Desde quando Deng XiaoPing aceitou a sugestão de Milton Friedman para abrir seu país para o mercado mundial e ver na Hong-Kong, ainda inglesa, o modelo de capitalismo para os chineses, a prosperidade ressurgiu no horizonte.
30 de setembro de 2007

O sono da razão

“Diga-me o nome de um só animal jeitoso que eu não seja capaz de imitar! – Fanfarronou o macaco, dirigindo-se à raposa. A raposa, porém, limitou-se a responder: e tu, diga-me o nome de um só animal desprezível ao qual ocorra a bobagem de te imitar”.
4 de novembro de 2007

Marcas para o futuro

Quando a UNESCO percebeu que as águas represadas da grande barragem de Assuã submergiriam os templos de Fila e Abu Simbel no Egito, deu-se o impulso para a conservação do Patrimônio Cultural e Arquitetônico em todo mundo.
2 de dezembro de 2007

Cinco anos depois

Quem é credor da confiança é devedor da esperança. Num continente onde a demanda por lideres populares para empreitadas anacrônicas culmina quase sempre em demagogia, autoritarismo, ditadura, boçalidades de toda ordem e desordem, os cinco anos do Governo Lula colocam nosso país degraus acima do patamar da América Latina.
13 de janeiro de 2008

O mau encontro

O que faz a diferença é, ainda, a questão primordial do mundo moderno: liberdade e estado de direito. A passagem do ano deixou claros sinais de que o mundo da liberdade, progresso e valores individuais está sempre ameaçado.
12 de fevereiro de 2008

Prontidão industrial

Nenhuma virtude é natural. Adquirida e praticada não é certo que traga recompensa. Especialmente nas relações políticas e econômicas entre nações. Tudo hoje é partilhado, fluído, interdependente e ameaçado pela ousadia da criminalidade.
14 de setembro de 2008

O Desmancha – Prazeres

Qual a disposição atual de se indispor com o poder? Seja num país autoritário, parcialmente livre ou democrático. Quem tem coragem ou desprendimento para arriscar uma opinião divergente quando tudo parece estar em ordem?
12 de outubro de 2008

Vinte anos depois…

Símbolo do mais consistente e longo período democrático da História brasileira, a Constituição de 1988 fez vinte anos sem saber bem seu destino. Adequada e harmonizada ao momento político, social e histórico da época, não foi convocada por poder arbitrário.
9 de novembro de 2008

Faça a coisa certa

Em um único dia séculos de preconceito viram poeira. Os EUA não se fizeram de voluntariosos e assumiram, como se diz hoje saboreando a moda vocabular. Mas nada está em vigor, enquanto tudo não estiver em vigor. O melhor da democracia é que com ela a certeza vacila.