14 de março de 1997

Brasil-França: convergências, divergências

A relação Brasil-França é tão antiga quanto o Descobrimento do Brasil: em 1505 foi registrada em um cartório de Rouen, na França, a obra “A relação autêntica”, de Binot Paulmier de Gonneville, que descreve a viagem feita, no ano anterior, pelo navio “I’Espoir”. Gonneville era um navegante francês, da Normandia. Ele se deixou pelas riquezas no Novo Mundo e organizou uma viagem com o auxílio de dois navegadores portugueses, Bastiam Moura e Diogo Coutinho, recrutados em Lisboa.
27 de março de 1997

Fora das Américas

O Fórum das Américas, que acontece em maio próximo, em Belo Horizonte, não contará com a presença de Cuba. O Brasil, país anfitrião do encontro, seguiu os passos do anfitrião anterior – os Estados Unidos – e desenhou o continente dos sonhos dos governantes do Norte: uma América sem Cuba!
21 de abril de 1997

Brasília, capital do Brasil

Quinta-feira passada, Brasília recebeu milhares de pessoas em marcha de protesto contra o governo federal, protagonizada pela urgente questão da reforma agrária. Brasileiros do campo se dirigiram – a pé – ao centro político e geográfico do país.
15 de maio de 1997

ALCA, EUA e Brasil

A aproximação da reunião de Belo Horizonte que definirá um cronograma para a conformação da Área de Livre Comércio das Américas, a Alca, vai deixando claros os interesses que estão em jogo nesse debate.
28 de outubro de 1997

A Universidade do futuro

É claro que o convite feito à ciência brasileira pelos países desenvolvidos é o coroamento de anos de trabalho e pesquisa para consolidação de nosso programa espacial, o maior e mais consistente do hemisfério sul. Trabalhando em condições precárias, nem sempre recebendo estímulo adequado à grandeza do que se desenvolve, o cientista brasileiro deu, por sua vocação e capacidade, a dimensão da pesquisa espacial para a vida cotidiana.
9 de dezembro de 1997

Código Servil

O novo Código Civil traz importantes mudanças para a vida do brasileiro, muitas delas já incorporadas de fato à sociedade e à jurisprudência. É uma atualização necessária e inadiável de uma lei vigente há mais de 80 anos. Desde1917, e após 22 anos de tramitação no Congresso, a lei leva tempo para se consolidar.
18 de fevereiro de 2003

A decadência da mentira

Oscar Wilde dizia que há somente duas tragédias no mundo: uma é não conseguir o que se deseja, a outra é conseguir. Quando um objetivo é atingido com esforço e perseverança, aí sim começam os verdadeiros desafios. São vários exemplos: o PCI na Itália, o PSOE na Espanha, o PS francês. Partidos que lutaram anos para chegar ao poder e vencer modelos vigentes. Junto com a transformação do sonho eleitoral em realidade, constataram que mudanças não ocorrem por simples desejo dos novos governantes.
15 de março de 2003

Eles fazem cinema…

Fossem os Estados Unidos a China essa guerra com o Iraque não sairia. Porque sabem os chineses que as fortalezas se conquistam por dentro, com os de casa.
16 de março de 2003

O dilema do prisioneiro

A moralidade política não é apenas uma questão de possuir um conjunto de objetivos e não outros, mas também da relação entre estes objetivos e suas conseqüências para os outros. Não se interessar pelos efeitos dos seus atos é deixar pela metade o ato moral.
17 de março de 2003

Apocalipse Now?

Fossem os Estados Unidos a China, essa guerra com o Iraque não sairia. Porque sabem os chineses que as fortalezas se conquistam por dentro, com os de casa. A nação americana, que não teme invadir outras nações, só vê riscos em ser invadida, diferentemente da secular história e sabedoria chinesas.
3 de abril de 2003

Pedra noventa

O governo Lula vai muito bem e embriaga de soberba os que não conseguem compreendêlo. Até agora, as críticas de ocasião são como prescrições farmacêuticas, destacando-se as oriundas de um certo despaisamento dos ungidos em cultura estrangeira: de um lado o moralismo udenista de classe, de outro a esquerdice de boxeurs sem classe. Em política, o que não é óbvio é bobagem, e a apropriação da legitimidade do poder pelo peso histórico das práticas tradicionais resiste de múltiplas formas, e em todas as áreas, à gestão democrática dos assuntos públicos.
15 de junho de 2003

O guardião da virtude

Observando a vida cotidiana e política brasileira, sem ter a superioridade existencial de um Samuel Beckett da magistral descrição do escritor E. M. Cioran, nos Exercícios de Admiração, fico entre espantado e otimista. Diz o romeno a respeito do amigo irlandês: “O tempo que temos para passar na terra não é tão longo para que o utilizemos em outra coisa além de nós mesmos. Esta frase de um poeta se aplica a todo aquele que recusa o extrínseco, o acidente, o outro. A arte inigualável de ser ele mesmo. Coisa difícil de acreditar, e até monstruosa: não fala mal de ninguém, ignora a função higiênica da malevolência. Nunca o ouvi difamar amigos nem inimigos.