Procura-se um presidente
Florência Costa
Istoé
Depois da lambança que foi a eleição de Severino Cavalcanti, os políticos – governistas e da oposição – começam a perceber que só têm uma bala na agulha. Não podem irritar ainda mais a estupefata opinião pública e errar na escolha do nome que ocupará o terceiro cargo da República. “O Congresso está com a sua imagem apodrecida. Todos os deputados estão preocupados”, comentou um ministro. Petistas, respaldados pelo Planalto, já indicaram pelo menos três de seus pares com tráfego pela oposição: os deputados Paulo Delgado (MG), Sigmaringa Seixas (DF), e José Eduardo Cardozo (SP). Outra opção é o ex-ministro da Ciência e Tecnologia e deputado federal Eduardo Campos (PSB-PE).
Diante da magnitude da crise no Legislativo, que já levou 20 nomes à lista da degola, oposição e situação procuram um acordo, sem impor nomes. “Não pode haver veto ao PT nem pode virar obrigação de o futuro presidente da Câmara ser do PT”, ponderou Alberto Goldman (SP), líder do PSDB. O governo não se satisfaz só com a licença de Severino. Quer a renúncia. Henrique Fontana (RS), líder do PT, lembra: “O plenário precisa andar. Há muitas medidas do interesse público e não uma questão de situação e de oposição.” Que prevaleça o bom senso desta vez.