Paulo Delgado está cotado para a presidência da Câmara dos Deputados
Diário Regional
O deputado federal juizforano Paulo Delgado (PT-MG) pode ser o nome preferido do presidente Lula para ocupar a presidência da Câmara dos Deputados na hipótese de afastamento do atual presidente Severino Cavalcanti. O nome de Delgado surge junto com outros três que apóiam o governo: Arlindo Chinaglia (PT-SP), José Eduardo Cardozo (PT-SP) e Sigmaringa Seixas (PT-DF).
As articulações em torno da sucessão de Severino Cavalcanti tomaram mais corpo depois da divulgação de um documento assinado pelo próprio Severino, em abril de 2002, quando era primeiro secretário da Câmara pela revista Veja desta semana. No documento, o deputado autorizava a prorrogação da concessão de exploração do restaurante no anexo da Câmara dos Deputados pelo empresário Sebastião Augusto Buani pelo prazo de três anos. Por essa autorização, Severino é acusado de receber uma propina de R$ 10 mil paga mensalmente durante oito meses.
A divulgação desse documento acelerou o processo para o afastamento do presidente. A representação, que deverá ser entregue até a próxima terça-feira, poderá pedir a cassação do deputado por falta de decoro parlamentar. Na hipótese de saída de Severino, a presidência seria exercida pelo vice-presidente Thomaz Nonô, que presidiria cinco sessões até que fossem convocadas novas eleições.
O nome de Paulo Delgado surge como uma das fortes opções do Planalto por não ter seu nome envolvido nas denúncias de corrupção, ser de confiança do presidente e defender a punição para os parlamentares que participaram do esquema de compra de votos e caixa dois. Delgado foi um dos parlamentares que esteve presente aos desfiles de 7 de setembro ao lado do presidente Lula.
Ao falar com os jornalistas, o parlamentar voltou a falar que “em política, o ônus da prova cabe ao acusado”, frase dita durante uma entrevista concedida ao programa Conexão do jornalista Roberto D’Avila, exibido pela TVE-JF. Na entrevista, explica que por exercer um cargo representativo, o deputado tem que provar que não é culpado, atitude tomada por ele imediatamente após ter seu nome envolvido no caso do mensalão.