NYT ofendeu Presidência da República, diz Paulo Delgado
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Newton Lima, Paulo Delgado e Tarso GenroO secretário de Relações Internacionais do PT, deputado Paulo Delgado (MG) , voltou a criticar nesta quarta-feira o jornalista norte-americano William Larry Rohter Junior, correspondente do The New York Times , autor de reportagem sobre o suposto envolvimento do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, com bebidas alcoólicas. “Foi clara a sua predisposição de ofender e aviltar a maior autoridade do País”, disse. O deputado lembrou que Lula destaca-se por sua liderança crescente no cenário internacional e recentemente foi escolhido pela revista Time como um dos 100 mais influentes líderes do planeta.
Segundo ele, a matéria, veiculada domingo passado, decorreu de “um desrespeito refletido de um funcionário de uma empresa privada que no ano passado se envolveu com problemas semelhantes, dentro dos Estados Unidos”. No ano passado, o The New York Times, considerado o melhor jornal do mundo, foi envolvido em várias denúncias de fraudes jornalísticas cometidas pelo repórter Jayson Blair, que foi demitido da empresa. O jornalista agora está escrevendo um livro em que conta os bastidores da empresa.
Segundo Paulo Delgado, o artigo de Rohter não foi nem crítico nem verdadeiro, “logo não está no campo da réplica jornalística, mas sim, no da ação judicial”. O deputado petista afirmou que a questão envolve apenas um jornalista e a empresa privada norte-americana em que trabalha. “Não se trata de uma ação contra os Estados Unidos e tampouco envolve as relações bilaterais”, disse.
Para o petista, é legitima a reação do governo brasileiro de cassar o visto temporário de trabalho do jornalista norte-americano, pois foi em defesa da imagem da instituição Presidência da República. Delgado lembrou que todos os países, inclusive os EUA, têm leis para a defesa de suas instituições.
A França, por exemplo, tem uma lei de 1881, que é usada para a proteger a dignidade do chefe de Estado contra ataques pessoais. “Os EUA sabem disso, pois quem lhes deu a Estatua da Liberdade foi a França”, comentou. A lei francesa é aplicada inclusive em defesa de chefes de Estado estrangeiros em visita oficial ao país. Tanto que em 1997 o governo francês aplicou sanções ao Le Monde por ter publicado material considerado ofensivo ao rei do Marrocos durante visita dele ao país.
Além disso, Paulo Delgado observou que, no ano passado, o governo inglês censurou 16 jornais estrangeiros, que tiveram a distribuição suspensa e milhares de exemplares destruídos. Motivo: continham material considerado ofensivo à família real. Entre os jornais, figuravam alguns dos maiores e mais importantes diários europeus, como os franceses Liberation , Figaro e Le Monde ; os espanhóis El País , El Mundo e ABC ; os italianos Republica , Stampa e Corriere della Sera ; além do alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung .
Paulo Delgado afirmou que no caso brasileiro, ao contrário de versões difundidas pela imprensa, não se trata de censura, pois a liberdade de imprensa está assegurada. “Estamos defendendo a instituição da Presidência da República”, disse.