Voto, educação e cidadania
Jornal da Câmara
O voto é fundamental para aperfeiçoar a de-mocracia, mas, atualmente, o desinteresse do jovem pela política no Brasil chega a 85%, segundo pesquisa feita pela Universidade de São Paulo em 2004. Para o deputado Paulo Delgado (PT-MG ), presidente da Comissão de Educação e Cultura da Câmara, “uma educação de qualidade, com certeza, poderá garantir mudanças significativas na realidade brasileira e fortalecer nossa diversificada identidade cultural, em que o voto consciente constitui-se numa das expressões mais concretas de um processo formativo integral, apontando para o real exercício da cidadania”.
Conforme o cientista político Humberto Dantas, é necessário ensinar, na escola, o valor do voto e seu poder de transformação. “O jovem bem informado e consciente é a garantia de bons eleitores no médio prazo”, destaca. O objetivo maior da democracia moderna é, exatamente, garantir um sistema para impedir que poucos dominem muitos, mas, historicamente, houve um longo período de resistência à universalização do voto.
Em alguns países, o voto tinha pesos diferentes, como no caso do voto censitário, que vigorou no Brasil durante o Império. Os eleitores eram selecionados de acordo com a renda e o processo eleitoral era realizado em dois turnos: eleições primárias para a formação de um colégio eleitoral, que escolhia, nas eleições secundárias, os senadores, deputados e membros dos conselhos das províncias. Nesse sistema, a maioria da população ficava excluída dos cargos representativos e do próprio processo eleitoral.
O sufrágio universal, ou seja, sistema que permite a todos os cidadãos escolher seus representantes por voto direto, é o único regime em que todos os eleitores têm, rigorosamente, o mesmo valor e o mesmo direito de manifes-tar sua escolha. Ao longo do século XX, a preocupação dos países democráticos foi defen-der as instituições que garantissem a consolidação da democracia. Para tanto, as eleições livres, diretas, periódicas e idôneas foram fortalecidas.