26 de setembro de 2011

O Martírio do Dever

Um dos mais preciosos versos produzidos pela inesgotável guerra entre palestinos e judeus é do poeta israelense Yehuda Amichai: “do lugar de onde temos razão não nascem flores na primavera”. Ali do lado, o vigoroso poeta palestino Mahmoud Darwish compreendia que a natureza daquele conflito era a luta entre duas memórias que deviam se fazer conhecer e respeitar. E confirmava, através da altiva identidade dos seus versos, que a paz é melhor compreendida por poetas do que escrita por políticos.
18 de setembro de 2011

Permanências argentinas

Os foguetes lançados pela Argentina contra seus inimigos na Guerra das Malvinas não chegavam ao seu destino. Fabricados pelos franceses, os mísseis Exocet tiveram seus códigos-fonte revelados aos ingleses, que os desviavam do alvo. É que, para ser completa, a manipulação do nacionalismo exige autonomia tecnológica e industrial. E também capacidade de perceber que, no comércio entre nações, a economia e a geopolítica do fabricante de qualquer mercadoria falam mais alto do que eventuais interesses de clientes secundários.
13 de setembro de 2011

Adeus, meninos

A história é sempre mais dura do que parece para quem a viveu do que para quem escreve sobre ela. Mas a totalidade dos seus efeitos ultrapassa a compreensão humana imediata. Lembro-me bem da terça-feira, 11 de setembro de 2001. E cada vez mais vejo suas conseqüências por todos os lados.